Dia de Companhia!

6 da manhã e pulamos do colchonete. Não queríamos atrasar para o encontro com o Juan, já tivemos a experiência de pedalar com ciclistas locais e é sempre muito bacana. Mas levantar acampamento não é coisa fácil. O leite em pó insiste em não tornar-se líquido, então podemos dizer que o comemos ao invés de tomar. Cada coisinha displicentemente desarrumada deve voltar ao seu lugar. Também, é difícil não desarrumar as coisas, pois, todos os dias, usamos praticamente tudo o que carregamos.

Corremos, mas já passava das 8:30h, horário combinado, quando fomos para a frente do Hotel Argentino, nosso ponto de encontro, mas nada de companhia…

Onde o mar se encontra com o céu...

Ficamos sem saber se Juan resolveu não nos esperar, se pensou que já havíamos passado ou nem mesmo apareceu. Ficamos meio desenchavidos, mas continuamos nosso alongamento e passamento de protetor frente a bela paisagem. Pelo menos iríamos sair cedo.

Mas o dia era pra ser compartilhado e tivemos uma surpresa tão prazerosa quanto inusitada, eu ainda estava com a cara branca de protetor quando um casal de cicloturistas nos abordou.

Y Tú? No hablas español?

Após a linguagem universal da Alegria passamos a ter alguns problemas linguísticos. Se já estávamos nos esforçando para hablar española, o “Do you speak englesh?” se quer nos ajudava a lembrar um”the books on the table” ou “open the door”. Nada! Se quer uma palavra em inglês parecia abitar nossos cérebros. Bruce and Mary Louise, não falavam nada nem em espanhol, quiçá em português, mas aos poucos fomos conseguindo nos comunicar.

Decidimos seguir juntos até a saída pra Maldonado, destino de nossos companheiros, e preferimos seguir pela praia. A imagem devia estar bonita de ver, quatro bicicletas carregadas seguindo pela estrada e conversando a linguagem universal da solidariedade, do aprendizado, da companhia.

Não resisti e decidi fazer um filminho “like a hoolywoody”. Combinamos tudo certinho mas um coadijuvante tratou de ser bastante amador…

Em outro momento, falamos alguma coisa sobre nossas bandeirinhas e perguntei sobre a deles, ao que Mary respondeu que às vezes preferia dizer que era do Canadá, pois estes têm “more friends” que os EUA. Que triste…

Também nos “falaram” sobre suas viajens ao Vietnã e Camboja, dizendo terem sido maravilhosas e com um povo muito acolhedor… coisas da bicicleta.

Em determinado momento, nos despedimos e eles seguiram para a esquerda e nós por uma subida que nos levaria a Punta Ballena, mas após um descuido ao batermos umas fotos e seguir caminho, passamos direto pela entrada e descemos rapidinho o morro que havíamos subido, sem coragem pra voltar.

Fomos bater às portas de Punta Del´Este, com vistas pra uma estrada movimentada de carros e um mar movimentado de Cruzeiros.

As famosas Puntas del Dedos de Punta

Nosso Hostel estava muito bem localizado, porém nossas magrelas tiveram que ficar pra fora, o que me incomodou um bocado pela falta de vontade de deixá-las em local melhor, e nosso quarto de 8 camas parecia que iria nos incomodar um pouco, mas acho que fomos nós que incomodamos nossos colegas colombianos de quarto, que durante a nossa estadia por lá passaram o tempo todo dormindo… já deviam ter aprontado todas.

Quarto pra 8?

Fomos almoçar e caminhar pela cidade que é um mar de turistas. Tinha mais brasileiro que uruguaio por lá, todos atrás de fazer compras. As praias não nos agradaram muito mas deu pra tirar um cochilo ainda com o calorzinho do sol. Passeamos pela bela e badalada orla, com muitos corredores vestindo roupas da adidas. A noite de Punta deve ter milhares de opções, mas encerramos nossas atividades deste longo dia com mais um belo pôr do sol. 

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